quinta-feira, 12 de outubro de 2017

VIVER E MORRER II (6)




“Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21)
O VIVER É CRISTO -      SUAS IMPLICAÇÕES ETERNAS.
        Para Paulo o viver é Cristo e para nós também, porque os santos têm a mesma vida que há no Filho de Deus. Entretanto, estou certo do quanto o sistema evangélico moderno tem trazido um conceito tão anti-bíblico acerca do viver do crente. Tudo hoje está mais voltado àquilo que constitui prazer, e não raro vemos como as pessoas se afastam de tudo aquilo que exige luta e sofrimento contra a carne. A verdade é que o viver é Cristo tem consigo suas implicações – gozo por dentro e lutas por fora. A atmosfera mundana não é um ambiente receptivo a esse viver que há no Senhor. Por essa razão quero levar meus leitores crentes a considerarem essa situação na qual estamos neste momento quando peregrinamos nesta vida, até o final da nossa jornada.
        Os crentes devem lembrar o quanto o mundo tem um padrão de vida, chamado em Efésios 1:2 de “Curso deste mundo”. É claro que a natureza carnal está de pleno acordo com esse padrão mundano de viver e os santos não estão livres dessa atmosfera de gozo e paz no pecado. É certo que os falsos crentes amam este mundo e estão associados a esse sistema enganador. Por essa razão muitos não conseguem permanecer por muito tempo num ambiente espiritual, porque a atração do mundo é muito forte. Para aquele que deseja viver por Cristo saberá logo que estará em plena guerra contra um mundo que sempre foi e será hostil em relação a Deus. Não há qualquer possibilidade de amar o mundo e viver por Cristo.
        Outro detalhe que considero de vital importância é o fato que na queda o pecado nos levou ao rebaixamento. O mundo, entretanto leva os homens a pensar que estão subindo às alturas da glória e da felicidade. Este espírito de engano faz com que os homens não percebam que estão descendo e não subindo; que estão sendo lesados e empurrados ao abismo. Não há elevação no pecado; não há crescimento no pecado porque não há vida nele. No pecado só há espinhos e abrolhos. Quando os pensam que estão sendo coroados em fama e prazer, na realidade estão sendo preparado como uma gostosa refeição para a morte eterna.
        Para que experimentemos o gozo desse “viver é Cristo” é certo que teremos que abandonar as paixões que o mundo oferece. Pedro afirma que essas paixões carnais fazem guerra contra a alma; elas não nos elevam a Deus; elas têm um efeito rápido de um prazer, que logo termina em tristeza e angústia no íntimo. O verdadeiro viver em Cristo consiste de fazer o que o autor de um antigo hino diz em sua sincera oração mostrada na letra: “Vencendo a tentação, contente viverei”. Eis aí a realidade da vida cristã forte e santa. Quanto mais forte for no coração, para vencer a carne e o mundo com suas tentações, mais feliz eu serei no Senhor.  Foi assim que a graça operou na disciplina do apóstolo; foi assim que seu sofrer por fora trouxe a vida que há em Cristo em sua experiência. E isso avançou de tal maneira que ele pode confessar: “Porquanto, para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”.
        Qual deve ser nossa reação a isso neste momento? Não devemos nos humilhar perante o Senhor? Não devemos fugir desse falso cristianismo que é apenas como papel, pois não suporta o calor da prova? Não é o momento para que lancemos fora aquilo que tem valor temporário, a fim de gozarmos daquilo cujo valor é eterno?

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