quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A LIBERDADE DE DEUS EM SALVAR (2)



              
“Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Romanos 9:13)
A LIBERDADE DE DEUS ILUSTRADA: “Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú”.
        Minha esperança é que a introdução tenha atraído a atenção dos leitores para o que vem em seguida. O alvo da pregação é a glória de Deus e não nossa querer. Em Romanos 9 Paulo está apresentando o fato que Israel não foi abandonado; que o plano da salvação é a conquista de todo Israel, porque os judeus que são salvos são unidos aos gentios, formando um só rebanho, conforme o ensino do nosso Senhor.
        Notemos bem que Paulo não está elevando uma nação, só porque tem o nome de Israel. Paulo afirma que não é por ser judeu que automaticamente a pessoa entrará no céu. Paulo amava seu povo, mas seu ardente desejo de ver a salvação de seus conterrâneos estava subordinado à livre soberania da graça. Paulo mostra que há uma descendência santa, mesmo nos filhos dos patriarcas, como foi o caso de Isaque filho de Abraão e no caso de Jacó, filho de Isaque. Os filhos gêmeos de Isaque e Rebeca são usados para mostrar o quanto Deus opera não por obras, mas pela livre atuação da sua graça, por isso ele diz: “Amei Jacó, porém, me aborreci de Esaú”. Vemos como Deus não está lidando com os homens do ponto de vista humano, mas sim tendo a eleição como o firme fundamento.
        Deus falou a respeito dos gêmeos, antes de terem nascido, que amou um, mas aborreceu o outro. Pronto! Para Paulo essa declaração era suficiente; ele sabia que deveria estar subordinado à livre misericórdia de Deus e não à sua opinião particular, mesmo amando seu povo e desejando tanto a salvação de todos. A natureza humana não gosta de uma declaração dessa, porque é muito ofensiva. Nós achamos que Deus tem que salvar aqueles que nós queremos; nós somos apegados aos nossos entes querido aqui e queremos que um filho, neto, irmão, mãe e pai, etc. vão para o céu conosco. O que nós fazemos é tentar forçar a barra, achando que se a pessoa fizer uma decisão logo, eis que ela entrará no céu. Eu estou certo das boas intenções e dos santos desejos que temos pelo bem estar eterno de nossos entes queridos.
        Voltando ao texto, vemos que Deus, no tocante à salvação dos pecadores é livre para agir, porque ele mesmo mostrou esse fato no tocante aos gêmeos, pois amou um e odiou o outro. Assim Deus mostra que ele tem o Israel dele; que há uma descendência de Abraão que ele intitula de filhos da promessa, enquanto outros são largados à dureza natural de seus próprios corações. Não há um assunto que nos humilhe tanto quanto esse, porque massacra nossa natureza arrogante. Por natureza os homens acham que a decisão é deles de ir ou não ir para o céu; acreditam que é assim que Deus age, esperando que cada um tome sua decisão. Mas o texto, assim como todo capítulo 9 de Romanos anula toda essa invenção que parte de corações corrompidos.
        Esta página foi uma extensão da introdução, porque anelo que meus leitores vejam com Deus é livre em atuar na salvação de quem ele bem quer salvar. Isso está estampado em nossa experiência, pois vemos que ele opera salvando uns e rejeitando outros; salva uma senhora e não salva o marido; salva um filho ou dois numa família, mas entrega os outros ao embrutecimento dos seus corações, etc. Por que ele age assim? A resposta está no fato que ele é livre para agir com misericórdia com uns, enquanto com outros ele simplesmente abandona. Esse é o Deus que sempre agiu com os homens, comandado pelo livre curso de sua compaixão.

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